tag:blogger.com,1999:blog-50727647376899109292023-10-13T03:07:06.589-03:00impropério musical.felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.comBlogger315125tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-58229139543195718562018-11-01T18:04:00.003-03:002018-11-01T18:04:23.817-03:00sul<br />
perdi a cuia uruguaia<br />
mas mantive a bombilla<br />
perder faz parte, disse<br />
sei perder<br />
nem tomo mate<br />
<br />
de costas pro sul nem sinto<br />
atlânticos ventos nem vejo<br />
o sol no foz do prata<br />
<br />
sem norte me viro de costas<br />
<br />
felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-18493436687271439312018-02-24T15:39:00.001-03:002018-02-24T15:41:28.874-03:0024-02<div style="text-align: justify;">
o motorista do ônibus dirige o ônibus. não há ar condicionado. o motorista coberto em suor ri dos passageiros cobertos em suor. atire-me aos leões, mas venha comigo (banhado em suor); o verão não é pra principiantes. o inverno não é pros fracos. às quatro da manhã as máquinas asfaltavam a rua da minha casa. as obras são pra quem dorme de protetor auricular; o prefeito então apareceu pela manhã num evento. os discursos políticos são pra quem usa protetores auriculares (eu não estava lá). os fascistas antigamente usavam uniformes; hoje em dia eles vão à barbearia e tomam café da maquininha, compram roupa no shopping e riem de todos nós. nem todos são conservadores - tenho a impressão que os fascistas na verdade não gostam do que tem nome. o que tem nome se toca e vê, e dói. </div>
<div style="text-align: justify;">
vamos lá: num ônibus. um homem roça o pau em mim e fica duro. eu roço o braço no pau dele. ninguém fala nada, olho pra cima, pisco o olho. pego no pau dele. ele desce no ponto eu desço atrás. aí na próxima esquina ele me mete um soco e vai embora. e se goza todo. eu banhado em sangue. ele todo gozado. alguém lê isso, e fica duro. </div>
<div style="text-align: justify;">
nada disso aconteceu com exceção da última frase. só suponho.</div>
<div style="text-align: justify;">
nos anos 2000 ninguém mais lia poesia; agora ninguém mais lê prosa também mas há muitos livros de fantasia nas estantes. no ônibus (para o inferno) a mulher da frente assistia um vídeo evangélico que falava assim (etc) o homem pediu que deus falasse com ele e deus mandou um pássaro e o homem não ouviu, um raio não ouviu, um peido (etc) aí no fim o homem a) se converteu b) se fudeu. ela respondeu à amiga que mandou o vídeo: que lindoooooo. eu pedi a deus ARRUME O AR CONDICIONADO mas deus não ouviu e cheguei no ponto. em ponto morto.</div>
<div style="text-align: justify;">
as máquinas de asfalto continuavam soltas.</div>
<div style="text-align: justify;">
vi um vídeo (!) de um bot que tinha escrito um livro da série Harry Potter. a sintaxe era dez; semântica, nenhuma. ri muito. uns moleques ingleses liam o texto. vi outros vídeos e descobri que eles faziam piadas racistas (eram todos homens brancos). às vezes falavam mal dos commies. fechei o computador com desgosto. os fascistas não levam o que é bobo à sério - o bobo é seriíssimo. o bobo renomeia as coisas, traz à tona. então é aí que, vendo, a gente dói.</div>
<div style="text-align: justify;">
bom sábado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-79880225666013826782017-07-25T21:21:00.001-03:002017-07-25T21:21:23.518-03:00Parece bobo, mas é bem sério<br />
para a falta de respostas e exausta<br />
a mesa posta sem cadeiras<br />
só um terror exato fica prenso<br />
servirão forte café no velório?<br />
não querendo morrer a história não para<br />
daí pensar tão certo o sol aumentando<br />
engolindo todo pensamento da idade média<br />
tudo há de passar memento mori<br />
<br />
só queria beber uma cerveja<br />
calmamente fim de terça<br />
infelizmente pura sorte<br />
o mundo cagou em sua cabeça<br />
<br />
felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-34983836681318861532017-05-30T01:47:00.000-03:002017-05-30T01:47:08.696-03:00Celestes<br />
estas misturas areias <br />
diretas ações de espaço <br />
tempo de outras areias <br />
irmãs pós pedras partículas<br />
povoam o espaço e são<br />
minúsculas <br />
mais comuns que o evento da palavra penso<br />
ou conversas de companheiros<br />
abismados de serem mais raros<br />
que celestes minúsculas<br />
diretas ações<br />
areias <br />
misturas<br />
<br />
<br />
<br />felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-70045717814074269822017-05-28T22:45:00.000-03:002017-05-28T22:45:10.670-03:00flotar<br />
justo agora o<br />
mesmo tempo<br />
uma tempestade jupiteriana<br />
jade<br />
rocas flotando por el vacio<br />
sólidas sem que alguém veja<br />
haja ou pense diante<br />
das mesmas rochas<br />
<br />
tomo meu café amargo penso<br />
na coceira me incomoda<br />
el polvo flota en el aire<br />
não sei mais o que importa penso<br />
que nem há solidão onde não há ninguém<br />
<br />
<br />
<br />felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-89432090902801457232017-05-17T01:45:00.002-03:002017-05-17T01:45:23.634-03:00Revolução<br />
não foram-se as cercas;<br />
estão aí. ainda<br />
para serem derrubadas<br />
pelas mãos porosas, ásperas<br />
que mandadas<br />
as ergueramfelipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-59402500663264758882017-04-21T19:02:00.003-03:002017-04-21T19:02:48.131-03:00Um poema de amor, sem máscaras<br />
<br />
molhamos o papel<br />
envolvemos a garrafa.<br />
freezer até a cerveja quente<br />
estar fria como a mão rela na nuca acidental:<br />
seca, quente, minha.<br />
<br />
piquenique na chuva; ai que<br />
saudade, heineken quente<br />
a gente atento à garagem<br />
metendo. risos, vozes na vizinha.<br />
<br />
um eu-lírico frêmito - lirismos<br />
só de surpresa. tocavam<br />
campainhas próstatas sinos.<br />
<br />
recito o dialeto particular em leitura mínima.<br />
depois de tanto tempo ainda me assombra<br />
a violência dessa ternura não explícita.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-15050055716874659942017-04-16T14:18:00.002-03:002017-04-16T14:18:19.368-03:00Domingo, de novo<br />
amando o silêncio<br />
o peito não cala<br />
<br />
passa o cortejo de palmeiras<br />
calmas. deseja, altas<br />
vigas do céu incompletas<br />
<br />
vazio de paz, repleta<br />
de planta bicho e coisa:<br />
quem ama o silêncio<br />
é que o peito não cala<br />
<br />
pensando secretas<br />
coisas terrenasfelipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-9615093145270904972017-04-16T14:14:00.002-03:002018-03-25T20:09:52.474-03:00Oitavo poema em falso<br />
ipiranga com são luis<br />
rendez-vous, cruz inversa<br />
pixos meio apagados e luz<br />
amarela, eixo de carros<br />
e o ar que preenche a voz<br />
<br />
postes para se encostar<br />
nesse esboço de praça<br />
desse esboço homem<br />
em plena confusão, abracei <br />
você e saímos ´<br />
pra onde não sei.<br />
<br />
pra lembrança do que resta<br />
e o ar que preenche a voz<br />
<br />
ipiranga com são luis<br />
rendez-vous e seus meios<br />
pixos apagados e refeitos<br />
toda narrativa só termina pra quem lê<br />
desse esboço de história<br />
desse esboço de homem<br />
fica a intenção, abracei você<br />
e saí<br />
<br />
todavia<br />
hoje é fixo. no sinal fechado<br />
não cruzamos.<br />
o copan estático; no vento<br />
costumava tremular.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-85984653641052627432017-04-15T23:38:00.002-03:002017-04-15T23:38:45.650-03:00Pessimista<br />
as ideias que vão revolucionar o mundo<br />
numa caixa<br />
fechada a silvertape e camadas<br />
de isopor e plástico bolha<br />
vindas de chonqqing e xangai<br />
nas prateleiras de um mercado<br />
próximo à sua casafelipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-29610637299959849992017-04-04T00:00:00.002-03:002017-04-04T00:01:20.360-03:00Cecília<br />
<br />
cheirosa de alfazemas<br />
vovó-mascava; doce<br />
boldo fresco pra digestiva.<br />
da horta da casa do quarto<br />
às cinco (e meia)<br />
sussurro de rádio, pilha.<br />
netos sonolentos à soleira<br />
para escutar coisas<br />
de brasília.<br />
<br />
madeirense desperta cantando acorda maria bonita.<br />
<br />
<br />
morreu de câncer; <br />
misterioso pâncreas. orava muito e não merecia.<br />
era humana<br />
79 anos, natural de Câmara de Lobos<br />
viúva. viva.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-54242348098582248232017-03-13T12:55:00.001-03:002017-03-13T12:55:21.639-03:00Perigo<br />
libidinosa besta, a terra<br />
toda treme à luz<br />
da festa<br />
libação fértil que deus<br />
rejeita estéril<br />
<br />
fogo amigo e grego<br />
liberta fera<br />
incendiando a terra <br />
<br />
felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-19306127600294481602017-01-31T22:05:00.002-02:002017-01-31T22:05:27.447-02:00Andorinha só<br />
gente que se tranca lado a lado<br />
amontoada<br />
na horizontal na vertical murada<br />
ou sozinha<br />
<br />
não faz cidadefelipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-53623063644695696682017-01-31T21:37:00.002-02:002017-01-31T21:37:28.804-02:00Cena<br />
a mulher na sacada em frente<br />
fingia não saber mais<br />
mas sabia e ainda<br />
sim fingia<br />
<br />
que ao lado à parede colado<br />
pacientemente estava<br />
alguém esperando ela<br />
fazer o mínimo ruído<br />
<br />
ela resistia<br />
fingindo cederfelipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-31064895193367879412016-08-09T20:42:00.001-03:002016-08-09T20:42:51.388-03:00Poema (ditado pelo espírito...) - VI<br />
trill em dó grave, crescente, magnânimo<br />
ao ponto de, estanque, cru e seco<br />
matar um sexo, prisioneiro<br />
verde peixe viscoso<br />
em seu próprio lago<br />
<br />
pérola imprópria, é;<br />
você num sempre, eu ausente<br />
poema negado.<br />
<br />
<br />felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-46503651020027843712016-07-26T15:19:00.000-03:002016-07-26T15:19:26.634-03:00-<br />
<br /> a água sobe do ralo<br />
jorrando restos átomos<br />
que o banho me livrou<br />
<br />
rebelião triste das nossas águas passadas!<br />
ocupando cozinha e serviço <br />
persistem, porém fracos<br />
virá alguém pronto<br />
fazer voltar o tempo comum<br />
<br />
ralo - trabalho fácil<br />
quem, pergunto, quem<br />
desobstruirá suez, mumbai e lagos?<br />
as bordas do rio pinheiros<br />
os morros do morumbi <br />
<br />
<br /><br />
<br />
<br />
<br />
felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-25494050038110852092016-06-21T01:08:00.001-03:002016-06-21T01:08:05.432-03:00Lamento<br /> oro em prata<br />
choro em ouro<br />
<br />
<br />
terno soco <br />
ou fissura<br />
no fígado<br />
súbita ternura<br />
<br />
clamor duma ausência<br />
bandeira branca, nunca<br />
<br />
punch veludo<br />
choro rouco<br />
luta, luta... <br />
<br />
clamor duma ausência<br />
bandeira branca, nunca<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-87000824374231376182016-06-10T02:26:00.001-03:002016-06-10T02:26:25.922-03:00Felicidade-Shopping<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
que coisa engraçada a gente é quando se descreve. principalmente na internet, nos aplicativos, currículos íntimos... há sempre algo sobre felicidade, paz, boas energias e umas calhordices assim.</div>
<div style="text-align: justify;">
fiquei cansadinho de tanto vocabulário positivo, alegre. me veio uma frase: eu não confio em gente feliz, mas não sei quem disse. ou o ser é cego ou é canalha mesmo - olha esse mundo aí - ser tranquilo e feliz num carro indo prum shopping, por exemplo. do lado de uma favela perto dum córrego poluído no ar poluído. aí um menino pede no sinal. o sinal abre. e aí várias filas, do estacionamento à loja de porcarias, passando pelo restaurante de porcarias.</div>
<div style="text-align: justify;">
você sai, um homem dorme na grama em frente ao shopping.</div>
<div style="text-align: justify;">
bom, isso tudo ainda dá pra relevar, né mesmo? mas a coisa piora por que tem lá dentro da gente também, uma inquietação. uma curiosidade das coisas, um medo profundo de dormir. de repente um carro freia em cima de você na rua, passa tão perto e a ferida (talvez até mesmo a morte) ficaram tão próximas, a gente pensa... olha eu podia morrer né. e aí a gente fica meio morto ali mesmo. mais simples talvez: entre as luzes da cidade as estrelas nos chocam com seus mistérios racionais e sua vastidão. é impossível ser feliz assim diante dos absurdos do casual, do imprevisível, do vasto. a incompreensão come tudo. </div>
<div style="text-align: justify;">
mas nem todo mundo pensa nisso, é verdade. e, oras, ninguém realmente é obrigado a pensar rio, homem, estrela, morte e sinal. talvez se pensassem, a maioria dos homens ficariam paralisados demais, deprimidos demais. talvez mudassem o mundo. não sei. mas que a deusa me livre de gente assim. </div>
<div style="text-align: justify;">
entre a felicidade-shopping e a esfinge, me jogarei eternamente nos enigmas insensatos que em nada dão.</div>
<br />
felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-82887229998423503822016-06-04T20:13:00.001-03:002016-06-04T20:13:43.134-03:00Segredos III<br />
cala imediatamente, na presença de chuvas chumbo<br />
que noites transfigura. pesa a luz, que penetrando se atrapalha<br />
no vidro espelhado da sacada,<br />
no alumínio das janelas padrão.<br />
<br />
noite, falta de luz, giro de terra<br />
<br />
o mistério que os poetas cantam<br />
estava nos poetas<br />
não nela <br />
<br />
<br />
<br />felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-28947440789666939392016-06-04T19:58:00.000-03:002016-07-03T15:31:24.664-03:00Sétimo poema em falso<br />
outra vez nos deitamos<br />
porém sem que visse<br />
afastei os pelos do teu peito <br />
quando já era alta noite e corriam ambulâncias nas avenidas e eu não dormia<br />
assim rescindia vinho e pele do teu hálito<br />
da tua face mais escura; onde eu não via<br />
afastei os pelos do teu peito te descobrindo <br />
<br />
o espelho me olhou de volta<br />
você acordou de sobressalto<br />
um salto na bruma dum lago<br />
que a água nunca toca<br />
<br />
felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-66424462790413643242016-06-04T19:36:00.002-03:002016-06-04T19:36:22.196-03:00Resumo da ópera II<br />
tropeço, fixo<br />
constante e torpe<br />
peça piso e porre<br />
daí diante<br />
<br />
estante mesa tesas<br />
bambolê antes<br />
assalto à mão armada<br />
sozinha madrugada<br />
<br />
excessos<br />
enquanto dali distante<br />
alguém sonhava veredas<br />
<br />
essa rocha rija<br />
vereda tua<br />
<br />
<br />
<br />
felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-81299577672850962832016-04-03T12:44:00.002-03:002016-04-03T12:44:44.141-03:00Mensagens<br />
sobretudo reluz, marca<br />
d'água, junto a parca<br />
voz que cala, fina e seca<br />
abreviando a intenção<br />
louca de pedir a ele que<br />
veja, e entre meios disfarces<br />
renuncie a razão torpe<br />
<br />
te enviei um email em código morse<br />
responda<br />
mas não visualize<br />
<br />
<br />
<br />
felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-83845609307609067442016-04-03T12:31:00.000-03:002016-04-03T12:31:12.318-03:00Viagem<br />
zumbe murmurante e longe<br />
voo noturno<br />
<br />
sonho seu destino oculto;<br />
em riscos incandescentes ruas<br />
desenham sonos<br />
desfazendo muros<br />
<br />felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-82729985387597310702016-02-28T00:08:00.002-03:002016-04-03T12:27:14.566-03:00Pra gostar de alguém VIII<br />
faz um varal<br />
de dentro<br />
onde instantâneos secam lentos<br />
cenas de noite, gozo ou memória<br />
<br />
olha o aceno que contêm<br />
e dum olho úmido para teu olho úmido<br />
respeita o cheiro que exala<br />
a memória de tocar<br />
o corpo que carrega.<br />
<br />
<br />
<br />felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5072764737689910929.post-43961739984065921132016-02-26T22:38:00.003-03:002016-02-26T22:38:52.983-03:00Pra gostar de alguém VII<br />
aquele silêncio que ficou depois<br />
que ninguém canta<br />
entre fronha estante e veste<br />
caída na entrada<br />
estrada de beira, onde o mar<br />
castiga a casa, passante e pássaro<br />
<br />
apreenda<br />
<br />
além da roupa, no chão,<br />
também deixou cair<br />
a nudez de dentro<br />
<br />
desaprenda<br />
pega essa nudez! veste<br />
fica em silêncio uma tarde<br />
silêncio entre fronha, estante e prece.felipe !http://www.blogger.com/profile/06395521740475653195noreply@blogger.com0