domingo, 29 de junho de 2014
Eis-me
há sono, mas não durmo
a hora é errada. pena.
nas costas, quem há muito não vejo pesa
dos olhos - mas despertos.
quem me viu sair não sabia
manhã aberta - portas janelas
que ao voltar fechada e vazia
repousava a casa minha
eis-me aqui, agora
prolongando o dia abatido
ao meu eu não retorno
fora de mim
fico
Silencicídio
volver
à vulva
desfazer
o tempo
se fazer caber
no buraco negro
no buraco negro
- acabar, por fim
no começo.
sexta-feira, 27 de junho de 2014
quarta-feira, 25 de junho de 2014
Mattel
polímeros olhos
fitam distantes
o que não há
nem poderia
fios elétricos
na barriga
andam, falam, cantam, matam
até cagam
bonecos modernos
alguns estão,
acredite você:
vivos.
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Desejo
vem, em segredo
animal arredio
sussura esguio
ao ouvido
aperta este corpo
frio
contra si
a favor do vento:
dentro
de ti
***
aperta contra si
sinal violento
aperto contraído
em mim
vem em lampejo
animal, silvo
me toma de estampido:
me guarda
em ti
***
sou teu, violeta
sangue de caça
morde sem pressa
a presa
penetra canino
a carne
separa meu corpo
de mim.
sexta-feira, 13 de junho de 2014
Elevado, elevado
elevado:
a chuvarada
lavou
meu passo
quem seria costa e Silva?
eu
te rebatizaria
eu
te rebatizaria
vou te andar num sábado
- te voltar domingo
- te deixar pra sempre
e guardar comigo.
- te voltar domingo
- te deixar pra sempre
e guardar comigo.
segunda-feira, 9 de junho de 2014
domingo, 8 de junho de 2014
Memo
os prédios tortos de Santos estão dizendo coisas
crentes que estão em piza
do lado de longe de um barco
estamos nós, gaivotas e rochedos
estamos nós, gaivotas e rochedos
essas coisas dizem coisas
que os banhistas nos lembram:
que os banhistas nos lembram:
nunca se apaixone por alguém
que não goste de longas caminhadas.
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Poemas Outonais III
por favor
- parta
no ar da tarde
a falta
peço,
- reparta
dê de comer
à ausência
até que fique farta.
quinta-feira, 5 de junho de 2014
terça-feira, 3 de junho de 2014
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