sexta-feira, 21 de abril de 2017

Um poema de amor, sem máscaras



 molhamos o papel
 envolvemos a garrafa.
 freezer até a cerveja quente
 estar fria como a mão rela na nuca acidental:
 seca, quente, minha.

 piquenique na chuva; ai que
 saudade, heineken quente
 a gente atento à garagem
 metendo. risos, vozes na vizinha.

 um eu-lírico frêmito - lirismos
 só de surpresa. tocavam
 campainhas próstatas sinos.

 recito o dialeto particular em leitura mínima.
 depois de tanto tempo ainda me assombra
 a violência dessa ternura não explícita.






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