sábado, 22 de março de 2014
BWV 883
pelo silêncio
fiquei surdo:
não por barulhos
doce estribilho
que já não escuto
ave secreta:
sopra teu canto
entre sussurros;
pelo silêncio
não por barulhos.
quinta-feira, 20 de março de 2014
Um poema de morrer
tem gente pedindo o sangue do justo
no poste
em nome de deus
deus anda meio sumido, silencioso:
quê dirá?
se não há nada a dizer
amanhecemos no espanto;
tem sangue no asfalto
os culpados sorriem:
papéis na bolsa
e salto alto.
segunda-feira, 17 de março de 2014
Ferida
eu afago o tempo
como a um gato
fizemos as pazes:
já não me arranha
minha revolução
não será televisionada
rasgo o roteiro adaptado
da vida pré-produzida
quero comer a realidade
à mesa não importa como
talheres de ossos quebrados
louça de pedra fundida
buscando no seio rocha
nascente esquecida
brotando sangue ou água
fluindo n'aberta ferida
quinta-feira, 13 de março de 2014
Ausência 2
nunca mais
é um de repente
incessante
boia frio
surpreendente
o instante
antes fossem
ditas secas
as palavras
"fica: espera
a hora deserta
e aguarda"
mas ditas inversas
mataram meu conto
a punhaladas...
Ausência
disse: some
tu ausente
é dor minguante
qual o quê -
foi um erro
latejante
a lua dissipada
não é nova
nem amante
fico eu arrebatado -
nunca mais
é muito grande
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
how unbearable the light
coming from down under
your view
such a nice view
...
...
like a ship
growing nothing but distance
growing nothing but distance
oh!
it's such a nice ship
never coming back; from the night
never coming back; from the night
dark and smoothly
crossing an ocean unseen
forgotten or mislead
it's the ship.
how come I've seen your hair - touched it
and now as known
I'm lost...?
you, naively, grim.
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