sábado, 14 de setembro de 2013
Monólogo (trecho II)
[joana] : te aceitarei como outro
não menos nua. não menos clara.
mas como eu, uma vez criança, aceitei a lua
que me impedia o sono.
e, como o fiz, te deitarei na minha cama
cobrirei com minhas mãos teu olhos
você estará nublado, eu solta, volto
te guiarei cego pelas vias do meu coração
quando você chegar no remanso, âncora
faz aquele som doce dum prazer terreno
e, como antes, te deitarei sobre meu peito
você, que é ponto de passagem, brota
nos vincos estéreis meus. amei primeiro
tua tristeza infinita. você amou meus versos
ao contrário do mundo, nosso amor é rio
correndo profundo, largo. voltarei, eu o sei
e como sempre, levarei apenas a roupa do corpo
pobre, mal possuo.
sim, o fiz - antes e sempre.
(...)
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