sábado, 13 de julho de 2013

Sobre ela


 ela vai escavando aos poucos a nuvem sobre o seus pés até encontrar uma saída para o fundo do céu. uma saída para fora daquilo que compreende sua percepção de mim e do mundo. ninguém pode acalmar um corpo que está perdido entre cores quentes e divisas: aqui se está dentro e logo ali, abismo. ela se esconde de você por não saber estar certa ou morta - para essas dúvidas resta um choro vadio, aquele desespero de acordar e permanecer em movimento... eu a encaro, separado do corpo.

 acalanto-a. sussurro-a. escrevo-a. ela se cobre de palavras irreais e volta assustada de ter se formado porém calma, mais calma. também espero notícias de uma alma liberta, me dê a mão e sublime aos poucos. entretanto ela vai acordar por você e, no corredor, comerá a escuridão com as mãos sujas de sonhos ruins. incerta, sempre incerta, canto baixinho e a banho em prosas, poemas a vestem. um dia passado na janela observando o mundo, quieta, ela pergunta certo momento para mim qual é meu nome: eu digo o teu. nos encaramos perplexos, impedidos de desadormecer.

Nenhum comentário: