terça-feira, 25 de julho de 2017
Parece bobo, mas é bem sério
para a falta de respostas e exausta
a mesa posta sem cadeiras
só um terror exato fica prenso
servirão forte café no velório?
não querendo morrer a história não para
daí pensar tão certo o sol aumentando
engolindo todo pensamento da idade média
tudo há de passar memento mori
só queria beber uma cerveja
calmamente fim de terça
infelizmente pura sorte
o mundo cagou em sua cabeça
terça-feira, 30 de maio de 2017
Celestes
estas misturas areias
diretas ações de espaço
tempo de outras areias
irmãs pós pedras partículas
povoam o espaço e são
minúsculas
mais comuns que o evento da palavra penso
ou conversas de companheiros
abismados de serem mais raros
que celestes minúsculas
diretas ações
areias
misturas
domingo, 28 de maio de 2017
flotar
justo agora o
mesmo tempo
uma tempestade jupiteriana
jade
rocas flotando por el vacio
sólidas sem que alguém veja
haja ou pense diante
das mesmas rochas
tomo meu café amargo penso
na coceira me incomoda
el polvo flota en el aire
não sei mais o que importa penso
que nem há solidão onde não há ninguém
quarta-feira, 17 de maio de 2017
Revolução
não foram-se as cercas;
estão aí. ainda
para serem derrubadas
pelas mãos porosas, ásperas
que mandadas
as ergueram
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Um poema de amor, sem máscaras
molhamos o papel
envolvemos a garrafa.
freezer até a cerveja quente
estar fria como a mão rela na nuca acidental:
seca, quente, minha.
piquenique na chuva; ai que
saudade, heineken quente
a gente atento à garagem
metendo. risos, vozes na vizinha.
um eu-lírico frêmito - lirismos
só de surpresa. tocavam
campainhas próstatas sinos.
recito o dialeto particular em leitura mínima.
depois de tanto tempo ainda me assombra
a violência dessa ternura não explícita.
domingo, 16 de abril de 2017
Domingo, de novo
amando o silêncio
o peito não cala
passa o cortejo de palmeiras
calmas. deseja, altas
vigas do céu incompletas
vazio de paz, repleta
de planta bicho e coisa:
quem ama o silêncio
é que o peito não cala
pensando secretas
coisas terrenas
Oitavo poema em falso
ipiranga com são luis
rendez-vous, cruz inversa
pixos meio apagados e luz
amarela, eixo de carros
e o ar que preenche a voz
postes para se encostar
nesse esboço de praça
desse esboço homem
em plena confusão, abracei
você e saímos ´
pra onde não sei.
pra lembrança do que resta
e o ar que preenche a voz
ipiranga com são luis
rendez-vous e seus meios
pixos apagados e refeitos
toda narrativa só termina pra quem lê
desse esboço de história
desse esboço de homem
fica a intenção, abracei você
e saí
todavia
hoje é fixo. no sinal fechado
não cruzamos.
o copan estático; no vento
costumava tremular.
sábado, 15 de abril de 2017
Pessimista
as ideias que vão revolucionar o mundo
numa caixa
fechada a silvertape e camadas
de isopor e plástico bolha
vindas de chonqqing e xangai
nas prateleiras de um mercado
próximo à sua casa
terça-feira, 4 de abril de 2017
Cecília
cheirosa de alfazemas
vovó-mascava; doce
boldo fresco pra digestiva.
da horta da casa do quarto
às cinco (e meia)
sussurro de rádio, pilha.
netos sonolentos à soleira
para escutar coisas
de brasília.
madeirense desperta cantando acorda maria bonita.
morreu de câncer;
misterioso pâncreas. orava muito e não merecia.
era humana
79 anos, natural de Câmara de Lobos
viúva. viva.
segunda-feira, 13 de março de 2017
Perigo
libidinosa besta, a terra
toda treme à luz
da festa
libação fértil que deus
rejeita estéril
fogo amigo e grego
liberta fera
incendiando a terra
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
Andorinha só
gente que se tranca lado a lado
amontoada
na horizontal na vertical murada
ou sozinha
não faz cidade
Cena
a mulher na sacada em frente
fingia não saber mais
mas sabia e ainda
sim fingia
que ao lado à parede colado
pacientemente estava
alguém esperando ela
fazer o mínimo ruído
ela resistia
fingindo ceder
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