sábado, 1 de junho de 2013

bolha nº 2 (opaca)


 ... eu queria contar essa história pra alguém. essa história que nunca começa, pois precisa ser contada. como um bordado não existe sem que o tecido seja, primeiro, violado, e a linha o trespasse. não quero divagar. a história nunca começa, sopro as bolhas pra que sejam eternas - mas tornam-se eternos os sopros, morrem as bolhas. as bolhas são mais bonitas, porém. também são as crias que não vingam. e os sonhos que morrem, as falas interrompidas.
 a certeza de que você vai morrer é uma lança que, me cortando, não dói. talvez porque você não signifique nada ainda, talvez amanhã. você é uma bolha que eu soprei - preciso encontrar o sopro. que permanece.

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