quarta-feira, 24 de abril de 2013

Um outro conto (II)


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  às vezes na bagunça das estantes, acordando cedo tomando o café com a samambaia me olhando frívola - só pra constar o amanhecer do Sol - penso se ele imagina de leve que eu tomo meu café diluindo minhas lembranças pois detesto café solúvel, destatuando das minhas pernas o cansaço das saídas e desalmando o mundo, roubando qualquer fleuma dos sorrisos espontâneos e discutindo amor como discutimos as coreias aos meio termos ... até acho graça. depois acho mais graça pois já troquei de pensamento ao flutuar sobre o que farei com um novo dia, estou achando o mundo tão frívolo ... se fosse escrever um livro, me inspiraria num pequeno príncipe travesso, matando a rosa de indiferença e a raposa de desgosto ... ninguém define o que é amar hoje em dia. é preciso ser gauche, diria o anjo. procurar uma boa cova pra tudo que morre dentro da gente e, depois, lamber a margarina dos dedos que escorre do pão.
 depois penso em nomeá-lo e, tendo minha bacia batizado-o ao revés levando embora a palavra destino, fico só com essa corrente de tempo sem nome, acasos ordenados. será que o acaso me imagina ou prefere me evitar? me eleve ...

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