quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ruídos nº 4

me cansaram os silêncios

das flores

das mesas postas



_ não falo, não penso

não rimo


me deixaram as brisas

os campos

as paroxítonas



_ não rio, não choro

estou ali, desestado

 atado



zombam de mim os sonhos

os rios

e o mar


_ não! não quero barco -

quero a vaga sonolência

daquela manhã que perdi por engano
(um menino perdido que dormia sem fim)

eu quero aqueles silêncios
que se desdobravam em mim...

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