quarta-feira, 1 de maio de 2013

Um conto, mas entre parênteses


 escrevo por não existirem outros meios - escrevo onde a pedra é fria - minhas razões são libélulas ...

 (é domingo. minha mão seguiu um gesto e estancou numa vitrine. é preciso não escrever mas escrevo pois preciso, um oco, vento vazio, a droga repetida que persegue meu sangue, persiste mesmo agora - nada importa agora - você não viu os dias em que eu estive distante de mim e me mandei cartas que não chegavam nunca. em que estive diante de mim e não me via. enquanto me calei ... pois há um erro em mim que penetra fundo - uma tristeza de pensamento - quando sufoco a solidão e não entendo. somos todos solidão. mas é outra solidão, aquela que persegue um amor expresso mas chega atrasada de propósito ...
 passo a me pertencer aos poucos? o que vejo é sombra ilícita percorrendo ruas e ruas de batismo incerto... agora eu entendo que saí de mim e me voltei, mas voltei para onde e quê? só encontrei a necessidade de tocar o que está fora de mim. eu pedia apenas uma noite em silêncios divididos, mas era muito que pedir então me amordaçam com discursos ...)

 meu nome não é mais feito das mesmas palavras .

 .


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